A crescente falta de credibilidade da classe política e a cada vez maior distância entre cidadãos e os políticos, encontra no comportamento destes uma das explicações com mais importância.
Vejamos o exemplo da actual Secção do PSD do concelho do Porto. A actual Comissão Política de Secção (CPS), cujo presidente é o Sérgio Vieira, foi eleita a aproximadamente um ano.
Estatutariamente, a Assembleia de Secção reúne, pelo menos, de três em três meses. Desde que foi eleita a actual CPS, ocorreram duas Assembleias de Secção, ou seja, metade das exigidas pelos os Estatutos. Relembre-se que no passado mês de Setembro houve alteração da liderança nacional do PSD, tendo em Outubro ocorrido o XXX Congresso Nacional, com aprovação de uma nova estratégia política para o Partido, nos próximos dois anos.
Estes dois acontecimentos, só por si, eram suficientes para a convocação de Assembleia de Secção, já que uma das suas competências é «analisar a situação político-partidária e aprovar a estratégia política a desenvolver na Secção à luz dos princípios definidos nos órgãos de escalão superior».
Após aqueles dois acontecimentos, pergunta-se: Quantas vezes reuniu a Assembleia de Secção? Nenhuma.
É bem demonstrativo do apreço e consideração que os actuais dirigentes da Secção do Conselho do Porto tem pela opinião e oscultação dos militantes de base. Mas, o mais curioso, é que são sempre dos primeiros a falar da necessidade de abrir o Partido, de aumentar a participação dos militantes no quotidiano do Partido, de tornar o Partido mais próximo dos militantes e dos cidadãos, de tornar o mais debate mais livre e aberto dentro do Partido, e voltar a encher as sedes com os militantes.
É este abismo entre a retórica e a prática que contribui, de forma decisiva, para a degradação da nossa classe política.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
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