Uma das críticas efectuadas por Sérgio Vieira, actual presidente e candidato à Secção do Porto, a esta candidatura, é a de que esta «é subscrita e apoiada por militantes do PSD que se têm notabilizado em atacar e fragilizar a actual gestão do PSD na Câmara do Porto e o Dr. Rui Rio em particular, defendendo algumas posições inadmissíveis contra a cidade assumidas pelo actual governo PS» (Diário Digital, 07. Dezembro).
Adicionalmente, Sérgio Vieira argumenta que «a actuação da Câmara do Porto passa, no meu entender, pelo seu melhor momento», e está certo que o «Dr. Rui Rio quererá ganhar um terceiro mandato à frente da Câmara do Porto» (idem).
São afirmações curiosas, que merecem algumas notas:
Em primeiro lugar, Sérgio Vieira deveria concretizar a acusação que faz a vários militantes, alguns que o são desde 1974. Militantes que sempre estiveram no PSD, que sempre apoiaram o PSD, e, que estiveram com o Dr. Rui Rio, quando muitos outros o consideravam “politicamente morto”. Acusações genéricas, sem fundamentação nem aderência à realidade só podem ser mal intencionadas e, por conseguinte, apenas descredibilizam quem as profere.
Em segundo lugar, ao afirmar que a Câmara do Porto passa pelo seu melhor momento, Sérgio Vieira, comete um enorme erro político, isto numa interpretação benigna. Essa afirmação tem implícito que a performance da Câmara atingiu o seu máximo, pelo que a partir da agora a trajectória só pode ser descendente. Ou seja, em 2009, aquando das próximas eleições, a oposição inevitavelmente argumentará que a segunda parte do mandato foi em clara perda, com o agravante de puder dizer que foi o próprio PSD, em 2007, a reconhecer que a Câmara tinha passado pelo seu melhor momento. Nessa data, em 2009, o que irá dizer Sérgio Vieira? Que em 2007 já era excelente, mas ainda assim, o Dr. Rui Rio consegui superar-se?
Quando se entra no elogio tipo coreano ou cubano o efeito é contrário ao pretendido. O risco do exagero é o de parecer ridículo. Só se a lógica deste tipo de comentários for a de “minar” a candidatura do Dr. Rui Rio, sob a capa de pretenso e inusitado apoio. Que lógica faz, a dois anos das eleições, e tendo a vantagem de estar no poder, de afirmar que o Dr. Rui Rio se deve candidatar a um terceiro mandato? Quando nem o PS tem candidato, quando o próprio Dr. Rui Rio já afirmou que ainda não tomou um decisão, o que justifica esta presa do Sérgio Vieira? Expor o Dr. Rui Rio a um desgaste desnecessário, como único candidato já assumido? Obrigar o Dr. Rui Rio a pronunciar-se sobre as eleições, programas, quando não conhece os adversários e quando a sua notoriedade é uma vantagem sobre qualquer adversário?
De facto, há situações em que o elogio bacoco e o apoio no timing errado mais não parecem ser indícios de uma “agenda escondida”.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
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