sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O discurso de apresentação do mandatário

Quando recebi o convite, através dos meus Companheiros da Liberdade e da Social-democracia, para propôr esta candidatura à Concelhia do Porto do PSD, rapidamente me entusiasmei por todo o conjunto de valores que lhe subjaz. No mundo moderno e globalizado em que vivemos, repleto de angústias, incertezas e interrogações, a necessidade de debatermos ideias e de lutarmos por elas é cada vez mais premente, ou não fosse o debate a essência da política. Por isso me congratulo com a iniciativa desta candidatura com a qual me identifico totalmente.

Nos anos recentes, tenho-me questionado e reflectido sobre os sistemas, modelos e estratégias que melhor garantam a prosperidade e desenvolvimento sustentado do nosso País. Ora, entre a suposta mas desumanizada eficiência do neo-liberalismo e o colectivismo socialista “guetizante” e opressor, sai reforçada a minha profunda convicção de que a Social-Democracia representa o perfeito equilíbrio entre os valores da Justiça Social e da liberdade, bem expresso este no personalismo humanista que Francisco Sá Carneiro soube incorporar no nosso Programa. Daí que cada vez seja mais inabalável a minha certeza de que a nossa ideologia Social-Democrata continua a ser a via mais eficaz e por isso necessária para o desenvolvimento e bem estar dos Portugueses.

Continuo portanto a ser daqueles que não fica perturbado quando me chamam Social-democrata. O programa do nosso Partido, datado de 1974 e revisto há 15 anos, mantém hoje plena actualidade. É imprescindível que esta Lista, porque vencedora, promova o aprofundamento e correcta implementação do Programa do Partido mobilizando todos os Sociais-democratas para pensarem, debaterem e projectarem o melhor futuro para os Portugueses dentro dos princípios e valores que a todos nos irmanam.

No Poder Local, continuam os Autarcas do nosso Partido a baterem-se pela defesa das populações nas aldeias, vilas e cidades e, nomeadamente junto dos mais carenciados a quem garantem um tecto condigno, e cobrindo o País com distribuição de água e saneamento básico, estradas e outros bens de equipamento, contribuindo assim para o aumento do bem estar e da qualidade de vida dos Portugueses. O nosso Partido tem sido por isso reconhecido pelas populações, que lhe continuam a dar maioritariamente o seu voto sendo, agora e desde sempre, o Partido do Poder Local. As Comissões Políticas Concelhias têm aqui uma relevante missão, qual seja, a do escrutínio permanente das carências do concelho e dos interesses e necessidades dos cidadãos, tendo em vista o apoio permanente aos nossos Autarcas com propostas de melhorias e ajustamentos à governação e municiar os programas eleitorais das candidaturas aos órgãos do Poder Local com propostas concretas que melhor sirvam a comunidade. Trata-se de uma muito nobre função de permanente “radar social” que jamais deverão descurar. Esta futura Comissão Política saberá, de forma permanente e continuada, actuar de acordo com estes Princípios. E saberá ainda, na altura da elaboração das listas para as Eleições Autárquicas, dar a maior lição de humildade democrática e de desapego ao poder que alguma vez se assistiu em Portugal desde 1974. A sua proposta de primárias para a selecção de candidatos, simboliza claramente o retorno aos valores fundacionais de uma organização basista e participativa como é e deverá ser sempre o nosso Partido. Só uma escolha participada por todos e uma total liberdade de candidaturas, garantirá que serão escolhidos os melhores dentre os melhores e salvaguardados os elevados padrões de ética política e social que deveremos sempre exigir aos nossos representantes.

Uma palavra é devida à JSD e aos TSD, as mais importantes estruturas autónomas do nosso Partido. Uns representam a esperança, a inovação e o potencial de desenvolvimento do País, outros a realidade do presente, o conhecimento acumulado, constituindo o principal factor de produção da nossa sociedade. A desejável interacção e osmose destas duas estruturas é vital para construirmos o futuro. O entusiasmo, dinamismo, irreverência e abertura à mudança que sempre foram apanágio da Juventude Social Democrata e constituíram elementos de primordial importância para muitas vitórias eleitorais no passado, são características fundamentais para gerar um desejável espírito de inovação que nos permitirá amanhã trabalhar melhor e garantir um futuro mais promissor. E esta perfeita articulação e cooperação entre vários sectores da sociedade só é possível num Partido verdadeiramente inter-classista como é o nosso.

No passado, a política dos Gregos baseava-se na RAZÃO e a dos romanos no AMOR. Ora, sendo nós humanos e portanto seres emocionais, creio que se não deve aceitar uma postura totalmente racionalista, mas sim adoptar uma dose de Amor, como por exemplo o amor à Pátria e à Família. Os verdadeiros sociais-democratas que somos nós todos, actuando na base da generosidade, bondade e entrega a ideais, fazem do PSD o partido mais genuinamente português, aquele que mais se identifica com o País real e com a cultura do nosso Povo.

O nosso Partido foi e é grande pela enorme diversidade que integra dentro de si. E é a sua capacidade especial e única de federar várias sensibilidades – etárias e não só – que tem representado o principal factor de mudança em Portugal. Por isso acredito que esta Lista, dentro deste espírito tradicional do PSD, consiga a desejável união de toda a rica diversidade que nos caracteriza.


Joaquim Sousa Patrício

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