terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A Quem Nos Dirigimos

A todos os militantes do concelho do Porto. Mas principalmente aos militantes anónimos, àqueles que pouco ou nada participam, que muito esporadicamente assistem a um plenário, que raramente ou nunca terão exercido o seu direito de voto.

A que se deverá esta aparente falta de interesse e de militância? Puro egoísmo? Total alheamento da esfera cívica e da “coisa pública”? Estamos convictos que todo este distanciamento decorre acima de tudo de cansaço e desilusão. Cansaço com as constantes e sempre renovadas “guerras de campanário”, com as quais o militante comum se enfastia cada vez mais, na certeza de que elas constituem apenas a disputa de ambições pessoais que pouco ou nada têm a ver com a Concelhia e extravasam claramente o seu âmbito. Desilusão porque o militante comum não se sente devidamente representado, porque sabe que os seus interesses e anseios raramente encontram eco nos programas que lhe pedem para sufragar.

Perante este vazio, os militantes reagem abstendo-se. É significativo que, num universo de cerca de 3.200 militantes inscritos no concelho do Porto, raramente votem mais de 700, pouco mais de 20%. Mas este abstencionismo é perverso, pois constitui um obstáculo à mudança, ajudando por omissão a que se eternizem os mesmos protagonistas.

Esta candidatura pretende ir ao encontro do militante desconhecido e esquecido, porventura acomodado, mas com certeza frustrado com a falta de respostas do Partido. Não temos a presunção de conhecer o que ele pretende, as suas necessidades e anseios, por isso queremos que ele venha falar connosco. Da discussão nasce a luz e é através de um debate vivo, seja com os militantes ou com a sociedade civil, que o Partido pode apreender o pulsar do eleitorado e elaborar propostas que vão ao encontro das suas necessidades e objectivos. Já aqui foram referidos alguns temas que pretendemos debater, mas porventura existirão outros, tão ou mais candentes, que justificarão abordagem com igual profundidade. Melhor do que ninguém, os militantes saberão o que o Partido deverá discutir, estudar e propôr.

Não nos considerando detentores da verdade absoluta, também não pretendemos o poder absoluto. Porque prezamos acima de tudo a liberdade, entendemos que o poder, o seu maior inimigo, deve ser sempre limitado e partilhado. Nós pretendemos partilhá-lo com os militantes e consubstanciamos essa partilha com a nossa proposta de primárias para a escolha dos candidatos às próximas autárquicas. E fazêmo-lo porque consideramos que, pelo simples facto de amanhã virmos a ocupar a Comissão Política, tal não nos garante súbita omnisciência que nos permita fazer as melhores escolhas. Entendemos, pelo contrário, que o universo dos militantes saberá sempre mais do que nós e inevitavelmente escolherá melhor.

Por conseguinte, Caro Companheiro, se entende que o Partido precisa de mudar, de se renovar, de alterar métodos e políticas, só o consegue votando na alternativa que agora lhe apresentamos. E, se tem quotas em dívida, deverá regularizá-las até ao próximo dia 31 de Dezembro para poder exercer o seu direito de voto.

Contribua pois para a mudança. Dê-nos o seu voto de confiança.

Sem comentários: